ICAPUÍ: ASPECTOS HISTÓRICOS

Cabo Tijubarana (Ponta Grossa)

Segundo os historiadores Thomás Pompeu e Raimundo Girão, o Brasil foi descoberto em 2 de fevereiro de 1500, dois meses antes de Pedro Álvares Cabral desembarcar na Bahia, pelo navegador espanhol Vicente Yañez Pinzon, que aportou na baia de Ponta Grossa, ou Jabarana, então denominada por ele Santa Maria de La Consolación, hoje município de Icapuí, Ceará. Teria vindo em busca de água e lenha para reabastecer os barcos e continuar viagem.

No entanto, o processo de colonização do que viria a ser Icapuí só teve início no século XVII, com a chegada de holandeses expulsos do Recife, portugueses de Bragança e sertanejos do interior.

O município de Icapuí foi criado pela Lei n.º 11.003, de 15 janeiro de 1985, com a instalação em 1º de janeiro de 1986. É formado pelos distritos de Icapuí (sede), Ibicuitaba e Manibu.

Há exatos 25 anos da Lei de 1985, precisamente em 15 de janeiro de 1959, o município de Icapuí chegou a ser criado pela Lei n.º 4.461, mas não foi instalado em função da esperteza da oligarquia que administrava o Aracati, retardou intencionalmente por 15 dias a publicação dessa Lei, para impedir a instalação do município, o que de fato aconteceu, em virtude da da Lei estadual n.º 8.339/65, imediatamente posterior ao golpe militar de 1964.

Voltando mais ainda no tempo, a área territorial que englobava toda região praiana, partindo de Tibau, então distrito de Aracati e seguindo até retiro Grande, compunha o que se chamava Praias, que pela Lei provincial n.º l.667, de 11 de agosto de 1875, foi desmembrada da freguesia de Aracati para formar a paróquia de Nossa Senhora do Rosário das Areias, com sede em Areias, hoje distrito de Ibicuitaba.

O distrito de Icapuí, anteriormente era chamado de Praias (daí os moradores serem chamados praianos), e posteriormente Caiçara. Este último foi criado pelo decreto-lei estadual n.º  448, de 20 de dezembro de 1938. O decreto-lei de n.º  1.114, de 30 de dezembro de 1943 mudou o nome para Icapuí, que se supõe corrupitela de igara-puí, significando coisa ligeira ou canoa veloz. A Paróquia de Nossa Senhora do Rosário de Areias de lugar à de Nossa Senhora da Soledade, por Ato Paroquial de 8 de setembro de 1942, do vigário local Padre Francisco de Assis.

O distrito de  Ibicuitaba criado em 4 de dezembro de 1933, trocou o nome de Areias, por  força     do mesmo decreto-lei 1.114, que provocou alterações nos  topônimos  de 117 vilas cearenses. Passou a se chamar Ibicuitaba, que significa aldeia do areal, numa referência as belas dunas do lugar. Essas mesmas lindas dunas que quase soterraram a vila de Ibicuitaba. As areias foram removidas somente após as visitas, em campanha eleitoral no ano de 1962, dos então candidatos a senador José Macedo e o deputado estadual Franklin Chaves. Este, após eleito e ao assumir interinamente o governo do Estado, enviou tratores para a retirada das dunas, promessa assumida durante a campanha. O distrito conheceu o apogeu como liderança da região, pois além de ter sido sede da Paróquia de Areias, possuía ainda, uma coletoria e um posto dos correios. A mudança da sede da paróquia para Icapuí, em 1942, criou o clima de rivalidade entre os dois distritos, o que só recentemente foi superado parcialte com a emancipação.

O distrito de Manibu era conhecido por Cuipiranga, que significa areia vermelha. Criado pelo decreto-lei n.º  448, de 20 de dezembro de 1938, com o nome de Thibau, passou a Cuipiranga pelo decreto-lei  n.º 1.114, de 30 de dezembro de 1943, para demarcar a fronteira (limite) do Ceará com o Rio Grande do Norte. O nome, entretanto, nunca chegou a ser assumido pela população fronteiriça do Ceará. Efetivamente, a vila de Manibu só foi reconhecida com o nome do distrito com a Lei n.º 11.003, de 15 de janeiro de 1985, quando da criação do município de Icapuí.

Elaborado por Ivan Souza

Fonte: do livro Icapuí Uma História de Luta

De autoria de José Airton Félix C. da Silva